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Dia Mundial do Solo: por que esse recurso define o futuro da agricultura

Escrito por Agrobit | 05/12/2025 17:04:18


Solo, o ponto de partida para a competitividade

O dia 5 de dezembro marca o Dia Mundial do Solo, uma data que nos convida a olhar mais de perto um recurso que tendemos a considerar como garantido. Falamos sobre produção, rendimentos, mercados internacionais, logística, certificações e regulamentações. No entanto, tudo o que acontece na cadeia agroindustrial começa no mesmo lugar: o solo.

Em escala global, a pressão sobre os solos está aumentando. A degradação, a perda de matéria orgânica, o avanço das fronteiras agrícolas sobre ecossistemas sensíveis e a intensificação da produção são processos que afetam diretamente a qualidade desse recurso. E, embora essa dinâmica seja internacional, seu impacto é especialmente relevante em regiões como a América Latina, onde a competitividade depende, em grande parte, do que acontece sob nossos pés. Cuidar do solo é uma obrigação econômica e um requisito para sustentar a produção ao longo do tempo.

Falar em "cuidar do solo" não é apenas um slogan ambiental. Um solo saudável implica uma estrutura estável, boa infiltração, matéria orgânica suficiente, biodiversidade e a capacidade de sustentar ciclos produtivos sem se degradar. Quando essas condições se deterioram, o mesmo acontece com a capacidade de produzir, de responder a eventos climáticos extremos e de atender às demandas dos mercados que exigem garantias sobre a origem do que compram.

Do cuidado com o solo à sua demonstração: o novo desafio

No Dia Mundial do Solo, vale a pena perguntar como demonstramos que estamos cuidando dele. O desafio atual da agricultura não é apenas trabalhar melhor, mas também ser capaz de mostrar evidências. O mundo exige rastreabilidade, dados verificáveis e conformidade regulatória. Os compradores europeus, as cadeias de varejo, as certificadoras e os órgãos internacionais querem evidências claras do uso da terra, do histórico de produção e do impacto ambiental associado a cada lote que entra em uma cadeia de suprimentos. É nesse ponto que a tecnologia deixa de ser uma opção e passa a fazer parte da espinha dorsal do negócio.

Quando o solo se transforma em dados: rastreabilidade e EUDR

A Agrobit vem trabalhando nesse sentido há anos. A criação do Susterra surgiu justamente para atender a uma necessidade que vinha crescendo em toda a região: transformar a sustentabilidade em algo mensurável, auditável e útil para a tomada de decisões. A plataforma possibilita a compreensão do solo a partir de dados concretos. Nesse sentido, o módulo de histórico de uso da terra se tornou uma ferramenta fundamental para validar práticas passadas, verificar se houve ou não atividades associadas ao desmatamento e gerar a documentação necessária para cumprir regulamentos como o EUDR (Regulamento da União Europeia contra o Desmatamento). Esse tipo de validação deixou de ser um diferencial e passou a ser um requisito para o acesso a mercados mais exigentes. Para muitas empresas, ter informações ordenadas e verificáveis sobre o uso da terra é literalmente a diferença entre poder entrar nesses mercados e ficar de fora.

O valor da terra começa a surgir quando todas as informações geoespaciais (imagens de satélite, índices de vegetação, camadas ambientais, informações climáticas) são integradas em um quadro completo que permite entender o que está acontecendo em cada campo e como esse comportamento afeta os negócios. O solo deixa de ser uma "foto" e se torna uma linha do tempo viva, na qual mudanças, alertas ou padrões podem ser identificados para ajudar a tomar melhores decisões. Essa rastreabilidade é especialmente relevante em países com grandes áreas e cadeias de produção complexas, onde o monitoramento manual é complicado e a automação é a única maneira de garantir a transparência e a consistência das informações. O solo, como um recurso, torna-se visível em painéis e relatórios de gerenciamento que dão suporte a decisões comerciais, financeiras e ambientais.

De relatórios isolados a um sistema operacional de negócios

Mas talvez o aspecto mais transformador seja o fato de que o Susterra não trata apenas do meio ambiente. Um dos problemas comuns no agronegócio é que as informações ambientais estão isoladas: são gerenciadas em um lado, a produção em outro e a logística em outro sistema. Quando os dados não se comunicam entre si, é impossível ter uma visão real do impacto ou do risco. A integração das informações do campo com os fluxos operacionais permite que a sustentabilidade não seja relegada a um relatório anual, mas faça parte do sistema operacional da empresa. A sustentabilidade começa a assumir um papel prático: ajuda a mitigar os riscos regulatórios, facilita as auditorias, agiliza a documentação de exportação e proporciona clareza na comunicação dos resultados aos compradores e aos órgãos certificadores. E, acima de tudo, permite que o estado da terra e as decisões tomadas sobre ela sejam traduzidos em indicadores concretos que qualquer diretoria possa ler.

A América Latina está enfrentando novas exigências globais

A importância do solo também está mudando a forma como os países se relacionam com seus mercados. A Argentina, por exemplo, tem um sistema de produção consolidado e tecnificado, mas enfrenta crescentes exigências globais relacionadas ao desmatamento zero, à rastreabilidade da terra e à documentação histórica. O Brasil está passando por um cenário semelhante, em que a demanda internacional por informações ambientais precisas está forçando as empresas a demonstrar de forma transparente que suas práticas estão em conformidade com padrões que já são comuns para biocombustíveis, laticínios e outros produtos. Em toda a América Latina, a transição para cadeias de suprimentos mais limpas está em andamento, e aqueles que adotam tecnologias de registro e verificação liderarão o caminho.

Do solo como um recurso ao solo como um ativo estratégico

O Dia Mundial do Solo não é apenas um evento ambiental. Para o setor agroindustrial, é um lembrete de que a competitividade futura dependerá de duas habilidades: produzir de forma responsável e demonstrá-la de forma confiável. O solo é o início dessa demonstração, pois é nele que se origina grande parte do valor (e também grande parte do risco) de cada cadeia.

Na Agrobit, essa abordagem é fundamental. A visão da Susterra é que a sustentabilidade não é uma área isolada ou um relatório a ser cumprido, mas um ativo que aprimora as decisões operacionais, abre mercados, melhora a confiança e gera informações valiosas que antes estavam ausentes ou dispersas. A tecnologia não substitui o conhecimento agronômico, mas o amplia. Ela permite que cada empresa, produtor ou cooperativa entenda o que está acontecendo em seu território e como pode melhorar sem comprometer os resultados da produção ou a conformidade regulamentar.

Cuidar do solo não significa apenas preservá-lo; significa gerenciá-lo de forma inteligente. Significa entender que os dados ambientais agora fazem parte da linguagem do comércio global. Significa antecipar as regulamentações que virão, demonstrar as práticas necessárias e garantir que cada hectare seja respaldado por documentação.

O solo é a base física de toda a cadeia agroindustrial, mas também é a base simbólica de um novo modelo de produção em que a sustentabilidade deixa de ser um conceito abstrato e se torna uma ferramenta concreta de competitividade. Por isso, neste Dia Mundial do Solo, o Agrobit reafirma a importância da integração entre tecnologia, rastreabilidade e gestão do solo para que as empresas agrícolas latino-americanas caminhem em direção a um futuro em que produção e responsabilidade ambiental andem de mãos dadas. Esse é o caminho que já estamos construindo em conjunto com empresas, produtores e cooperativas da região.

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